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Se não fosse esse tal Rock And Roll...

 


Crônica de Mary Difatto sobre o rock.


Não tenho como explicar o meu intenso amor pelo rock and roll... Ele já está comigo desde quando nasci e me acompanha desde então.
Tudo o que posso falar será clichê, aquela sensação de chuva no molhado ou dizer que todo político é corrupto.
Rock é vida, rock é atitude, rock é curtição, ROCK É ROCK!
Não poucas vezes, me pego imaginando-o um homem, e é assim que o tratarei daqui por diante, enquanto discorro sobre o rapaz (sim, ele seria jovem!), personificado numa das minhas figuras de linguagem favoritas, aquela que dá vida a seres que não raciocinam (vai saber se estou sendo justa por referir-me ao rock como ser não-pensante!...).
Se o rock fosse um homem - como já disse de antemão que o imagino assim - seria desbocado, debochado, articulado, destemido e lindo!!!!
Teria cabelos compridos, mas não traria nas feições a cor da pele, seria o que quiséssemos, o que a nossa libido liberasse.
Faria milhões de coisas ao mesmo tempo, sendo um filho pra lá de rebelde,  e seus palavrões não poderiam ser publicados...
Dirigiria em alta velocidade e respeitaria as leis do trânsito, num contraste que só ele saberia equilibrar!
Tudo nele seria muito exagerado... A palavra "limite" seria a mais difícil de absorver em seu dicionário pessoal.
Traria no sangue a tendência de Woodstock, um paz e amor de verdade, deitando com a Lua, acordando com o Sol...
Barulhento, esse rapaz, o Rock, não pouparia os vizinhos de suas evoluções instrumentais:
 - Venha, bateria! Venha, guitarra! Venha, Barulho!... (Som  Alto seria seu irmão de pai e mãe!)
Paradoxo seria seu sobrenome e fazendo jus a essa informação, o jovem Rock and Roll Paradoxo traria na alma muita sensibilidade e muita agressividade também. (Agressividade em nome da justiça, naturalmente). Com uma das mãos acariciaria um gatinho (ele amaria os animais!) e com a outra, jogaria uma pedra  grande na cuca do governo, acompanhado de um "Fuck You!" bem cuspido e escarrado!...
Seria muito mulherengo e, paradoxalmente, amaria apenas uma mulher por toda a vida...
Sim, teria a trinca de ouro do Sexo, Drogas e Rock And Roll  (ele próprio, claro!) no coração: o Sexo sempre que a oportunidade permitisse; as Drogas seriam o que lhe desse na telha (vejamos: drogas podem ser qualquer coisa que vicia, como ver TV, por exemplo); e o Rock And Roll... Ele é muito imodesto para se retirar da lista tão difundida ao longo dos anos...
Não compraria produtos piratas só para contrariar,  porque quase todo mundo faz isso... Ele amaria ser antônimo nas situações!
Usaria roupas pretas por gosto, não no sentido de ideologia, e talvez por vaidade também (preto combina com  tudo!). Arriscaria outras cores de vez em quando, só que se sentiria meio destoado...
O Rock seria irresistível, aquele cara que gostaríamos de ter por perto. Seria um piadista, e seu humor invariavelmente sarcástico, renderia citações em livros e/ou revistas, devido à extrema inteligência. E, sim, o Rock seria muito inteligente - esqueci de dizer - , o tipo que passa em Vestibular em primeiro lugar sem precisar ter estudado.
Um romântico, um liberto, um libertino, um louco, teria como adjetivos bem usados pelos mais próximos.
Um poeta maluco, um romântico liberto, um manso pervertido, um doido-safado-indecente, nas conotações dos desesperados para descrevê-lo.
Um amante amado, um sábio amoroso, um amor para a vida toda, um gostoso homem de coração, a definição das mulheres, as que nunca diriam "Não", a um pedido seu de casamento.
Naquela compleição de inexplicáveis configurações, Rock seria "homem pra casar"  já que é "rapaz de família". As únicas dúvidas seriam: quando, onde, por que e com quem...
Ele não usaria disfarce. Falaria tudo "na bucha". Ouviria as pessoas até o fim. Aliás, seria um amigo leal até o último susoiro da humanidade.
Não seria perfeito, mas teria uma soberba por tentar ser.
Rock seria alegria e impulsividade, romperia padrões pré-erroneamente formulados e emprestaria a cada dia, uma nova visão de existência. Um filósofo intransigente, faminto por buscas e soluções.
Digo, por minha conta e risco, que se não fosse esse tal Rock And Roll, o jovem, o louco, o desbocado, debochado, Mr. Rock And Roll Paradoxo, eu teria nascido. Meus pais me gerariam em algum momento, por essas razões que só Deus sabe explicar...
Minha vida transcorreria bem, com certa suavidade, certa rudeza, teria percalços, e até certas vitórias.
Eu comeria bem, dormiria satisfeita, namoraria, dançaria...
E posso ir mais longe ao dizer que a vida seria bela...
Indo mais longe ainda - porque o Rock não tem limite - afirmo que minha vida seria muito bela!...
Eu teria vivido uma daquelas existências de filmes ou conto-de-fadas.  Contaria com  pássaros entoando seus maviosos gorjeios no meu acordar.
Seria uma vida das invejadas pela vizinhança. A tranquilidade moraria em meu lar.
Insisto em dizer que minha vida seria muito bela.
Mas  esqueci  de dizer - que memória essa minha! -  que, sem o Rock And Roll, minha vida poderia ser tudo, tudo mesmo...
Só não seria,  - que paradoxo! - uma vida BOA!...



Mary Difatto



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